Wednesday, March 30, 2005

O meu amigo CC recomenda...

NO DISTANCE LEFT TO RUN

It's over
You don't need to tell me
I hope you're with someone who makes you
Feel safe in your sleeping tonight
I won't kill myself, trying to stay in your life
I got no distance left to run

When you see me
Please turn your back and walk away
I don't want to see you
Cos I know the dreams that you keep is wearing me
When your coming down, think of me here
I got no distance left to run

It's over, I knew it would end this way
I hope you're with someone who makes you feel
That this life is the night
And it settles down, stays around
Spends more time with you
I got no distance left to run

Blur

Orientação pelo sol

Bologna, Itália

Da torre Asinelli consegue visualizar-se Bolonha em todos os seus Pontos Cardeais. De frente para as escadas damos de caras com o Este. Volvendo o olhar para a direita admiramos o Sul. Contornando a torre pela parte Sul podemos olhar Bolonha a Oeste e encerrar com o deslumbramento da Bolonha do Norte.

Em cada momento de decisão gostaria de estar numa espécie de torre Asinelli e ter dados iguais (informação plena) sobre as opções a decidir. Depois penso: Se assim fosse perdia a ansiedade que é minha e que diariamente me lembra que estou vivo. Depois recordo: Prefiro morrer sentindo-me vivo do que viver quase moribundo.

É com o sol que me identifico e sob ele que me oriento. Com o sol, com ou sem nuvens.
É muito simples, no Hemisfério Norte , mantendo o relógio na horizontal, com o mostrador para cima, procura-se uma posição em que o ponteiro das horas esteja na direcção do sol. A bissectriz do menor ângulo formado pelo ponteiro das horas e pela linha das 12h define a direcção Norte-Sul.

Saturday, March 26, 2005

Um limão e um palito

Reentro no hotel, dirijo-me à recepção e peço um limão e uma seringa. Olham-me com desconfiança e, após exagerada procura, dizem-me que apenas dispõem do limão. Já era de prever! Peço um palito que servirá para o mesmo efeito e (re)subo ao quarto (Um limão e um palito? Muito estranho!).
O hotel é bom. Tem tudo. Tem pente, escova de dentes e máquina de barbear, mas não tem fósforos. Sem fósforos nada faço (Um limão, um palito e fósforos?!). (Re)desço. Passo por alguém na descida. Uma mulher alguma. Um perfume independente. Do you have light?. Completamente ignorado prossigo com a descida enquanto massajo o meu ego: Tenho que aprender um inglês mais British! Tenho de aprender inglês...
Na recepção dão-me os fósforos e (re)subo seguindo o perfume independente que já lá não está. Demasiado volátil!
Dentro do quarto com a televisão a difundir imagens ali desfocadas (Um homem não chora, rais me partam!) inicio a minha primeira experiência com a coisa (A primeira é sempre a medo, depois torna-se um vício!).
Corto o limão em dois e espremo-o para um dos copos que deveriam servir o whisky. Uma metade. Duas metades. Nada me interessa exceptuando as duas metades de limão agora poisadas sobre a mesa. Vejo-as como dois bonitos seios disponíveis para mim. Só para mim. Que privilégio! Pego em cada um deles com carinho, sempre com carinho, e com todo o carinho do mundo coloco-os no lixo.
Imagino o teu nome em maiúsculas e dou-me ao papel. O copo com o limão na mão dos copos e o palito firme entre os dedos da mão das escrituras. Banho o palito que está na mão das escrituras no limão que está dentro do copo que está na mão dos copos e rascunho letra a letra o nome todo teu, maiúsculo. O papel continua branco como branco era e o teu nome está todo lá. Pego na caixa dos fósforos na mão dos copos, tiro um fósforo com a mão das escrituras e raspo-o na lixa como se me raspasse em ti. A arder, coloco-o por trás do papel que milagrosamente exibe o teu nome em castanho na branquitude daquela folha. Estava feita a experiência, a minha primeira experiência com a coisa (sou ainda melhor que o MacGyver, diga-se!).
Dobro cuidadosamente a folha das experiências e coloco-a, com carinho, com o maior carinho dos mundos, entre os peitos de metades de limão feitos dando corpo a tudo aquilo. A partir daí dei-me como sempre me dei. Integralmente. Estranhamente, passei o palito com limão em toda a plenitude de uma nova folha. Átomo por átomo com o meu movimento autónomo. Quando me senti realizado, meti a folha branca com todos os escritos invisíveis dentro de uma carta e enviei-ta. Esperei que em casa acendesses tu o fósforo com as mãos das manicuras... anda hoje espero!
Agora, quando (re)entro no hotel, todos me olham como se olha um drogado. Não conseguem é explicar muito bem o que andou a fazer um palito no meio de toda a história.

Tuesday, March 22, 2005

Atalhos

Em todas as coisas da vida há sempre forma de atalhar caminhos. Em todas, excepto no amor.

Saudades

Tenho saudades da cereja comprada nas bermas das estradas. Tenho saudades de parar o carro instintivamente, sacar alguns Euros do bolso, comprar os quilos que me apetecer, entrar no carro e saciar as sedes em movimento.

Viagens

Viajar para Itália sem máquina fotográfica e sem um pequeno bloco de notas é quase o mesmo que caminhar sem memória nem alma. Nunca mais farei viajar apenas a minha carcaça.

Thursday, March 17, 2005

O Virar da Página

“Tens que virar a página... isso não quer dizer que vás perder o livro”.
Assim, sem querer, ouvi ontem do meu amigo MV a coisa mais profunda que algum dia lhe poderia antever.
Pensei nesse virar de página durante a noite e hoje, pela manhazinha, fui capaz de lhe acrescentar: Só com o atento e constante virar de páginas é que se poderá conquistar o todo de um livro.

Adoro a forma livre como o MV olha a vida.

CC prepara viagem...

O CC está a preparar uma grande viagem para as férias de verão... O autoccarro sairá daqui lá para meados de Agosto e regressará lá para os inícios de Setembro. Aqui está:

Lisboa - Bangkok: Viagem de Avião - 2 dias em Bangkok?
Bangkok - Angkor Wat (Cambodja): 400 km, 10 horas de viagem por terra, a verdadeira aventura da viagem...
Angkor Wat - Singapura: Viagem de Avião - 2 dias em Singapura?
Singapura - Kota Kinabalu (Malásia): Viagem de Avião, ficamos o maior número de dias possível aqui...
Kota Kinabalu - Kuala Lumpur: Viagem de Avião - 2 dias em Kuala Lumpur
Kuala Lumpur - Lisboa


A grande referência da viagem:
http://www.btinternet.com/~andy.brouwer/aw2.jpg
http://estelle.rolin.free.fr/photos/Cambodge/Angkor%20Wat.JPG
http://www.edwebproject.org/asiapics/angkorwat.blue.jpg
http://www.tropicalisland.de/REP_Siem_Reap_Angkor_Wat_panorama.jpg


Outras referências:
http://www.lonelyplanet.com/mapshells/south_east_asia/thailand/thailand.htm
http://www.lonelyplanet.com/mapshells/south_east_asia/cambodia/cambodia.htm
http://www.lonelyplanet.com/mapshells/south_east_asia/singapore/singapore.htm
http://www.lonelyplanet.com/mapshells/south_east_asia/malaysia/malaysia.htm

Estão abertas as inscrições, limitadas, porque quanto maior for a trupe maior é a probabilidade de pisarmos uma mina anti-pessoal :-(.
(Ler a este respeito "O lado negro da Natureza Humana": http://www.fmgomes.com/cronicas/000044.php)

Wednesday, March 16, 2005

De tradutor a treinador

Estava a dar formação julgando-me ser a figura central de todo o evento. Como estava enganado! Há um homem, a quem chamam de tradutor, que assume um papel muito mais preponderante que o meu. Ele desviou o centro das atenções da minha posição central para o canto em que se encontrava. Eu estou arrumado ao centro, qual móvel já com caruncho. Convenceram-me a entrar num filme no qual me disseram ser figura principal! Verifico, com desalento, que não passo de um mero figurante principal. O tradutor é o actor principal, o homem que pode vir a receber o Oscar. Para além de actor principal é também o realizador do filme. Tudo bem... eu escrevo o guião mas ele representa somente o que quer, quando e da forma que quer. Ou muito me engano ou ele não diz tudo o que tento transmitir. É um papel ingrato este em que me encontro. Ouço uma voz carrancuda dizer coisas que não entendo e de forma distorcida. É como se a minha voz fosse um eco rebatido por uma montanha em pedra sinuosa. Igual a mim mesmo, vou transmitindo os assuntos com uma postura séria. Eles vão gargalhando a cada investida do tradutor. Não entendo como uma frase em inglês pode tornar-se numa piada em alemão, raios!
A respeito de traduções e tradutores, recordo-me ainda de uma situação bem mais caricata. Era um miúdo, a querer ser homem, com 16 anos. Nos bancos de trás de um Fiat Uno em segunda mão dava alguns dos meus primeiros beijos numa francesa que em terras lusas se lembrou de passar as férias. Também aí houve um tradutor, que sendo um pouco mais velho que nós, os do banco de trás, no banco do condutor ia dando as instruções. “Olha, ela está dizer que te acha bonito... Olha, ela está a pedir que a abraces... Olha ela quer que a beijes...”. Eu lá ia seguindo as instruções. Aliás, os procedimentos existem para serem seguidos e para nos aliviarem das responsabilidades. Naquele momento eu seguia o procedimento ou as instruções, instituídas pela francesa – ou pelo tradutor, nunca o soube com total certeza –, naquele momento ia até onde quisessem que eu fosse - é bom viver absorto de responsabilidades. Aí fui actor mas não fui realizador. Aposto que, também aí, o tradutor foi fazendo um pouco a história a seu bel-prazer, foi metendo um cheirinho de si no filme a que estava a assistir.
Dá um certo prazer ver tradutores com vontade própria, tradutores que não se limitam ao seu (limitado mas não ignóbil) papel de tradução, figuras apaixonadas ou que se vêm a apaixonar pelo tema que de forma parcial traduzem. Enganem-se os que pensam que os tradutores de que falei vão deixar algum dia o seu papel de tradução! - O tradutor do Fiat Uno deve ter hoje um carro mais sofisticado mas, tenho a certeza, continua a fazer o mesmo tipo de traduções. Estes tradutores dão-se à tradução mas só um bocadinho.
Há um tradutor que foge destas figuras: O tradutor Mourinho. O treinador Mourinho aprendeu enquanto prestava os seus serviços de tradução. Nunca conseguiu ser imparcial, foi mesmo descarado nas suas ousadias de tradução. Deu tudo de si àquilo que lhe era pedido. Deu ao corpo mas hoje tornou-se realizador e actor das traduções que em tempos idos fazia. Granda Mourinho!
Ainda não sei se esta é a história de um homem que um dia quis ser treinador ou de um homem que a vida fez treinador, sei é que ela fez-me repensar o verdadeiro significado do adágio latino: “Gutta cavat lapidem saepe cadendo” - A gota esburaca a pedra à força de cair.

Sunday, March 13, 2005

Os Seios da Sónia

Viseu, Portugal


Fixe o ponto negro por 20 segundo sem desviar o olhar. Agora olhe para uma área em branco. O quê?! Não me vai dizer que não consegue ver os seios da Sónia!

Se não consegue visualizar os seios da Sónia consulte o psiquiatra que tiver mais à mão pois a sua neurose é preocupante.

Os 70% da Arquitectura

Viseu, Portugal

A arquitectura é 10% de estudo ou conhecimento, 20% de génio e 70% de disponibilidade financeira. Este colosso arquitectónico caiu porque lhe faltou os 70%.


Rali Casino da Póvoa

Serra da Cabreira, Vieira do Minho, Portugal
Num Rali, não se sendo um piloto participante da prova, nada de espectacular há para vislumbrar. Não fosse pela caminhada e pelas paisagens a que este tipo de actividades nos obrigam, ficaria em casa a cuidar dos meus sapatos de Domingo. Bem diz o meu pai: Ovelhas não são para mato. Os sapatos de Domingo também não!

Thursday, March 10, 2005

O meu amigo CC recomenda...

Avião espacial que liga o EUA à Europa em uma hora, diz-se que o futuro da aviação comercial passa por aqui (http://www.danbrown.com/secrets/angels_demons/plane.html).

Anti-matéria, a energia do futuro, não poluente, muito mais poderosa que a energia nuclear (http://www.danbrown.com/secrets/bizarre_facts/antimatter.html)

A grande aventura no Cartório Notarial

Tive a sorte de entrar, uma vez apenas, num cartório notarial, num dos poucos dias normais: Não havia greve e era, descaradamente, o meio da semana, exactamente aquele ponto que faz com que alguns funcionários, pudicos, deixem de pensar nas desventuras do fim-de-semana anterior e comecem a preparar, ociosamente, a letargia do fim-de-semana seguinte.
Entrei conduzido pela temperatura de um ar condicionado que ali fora colocado, propositadamente, pela mão de algum deus para arrefecer possíveis ânimos exaltados. Abeirei-me do balcão com a mesma submissão de quem pede uma esmola e, talvez por isso, tenha passado despercebido. A sala era composta por uma dezena de secretárias suportando cada uma delas um computador, uma ridícula máquina de calcular, e todo o material necessário às conhecidas tarefas do faz e desfaz: Agrafador, desagrafador, furador, corrector. Estavam três carcaças e um aprendiz de carcaça entretidos a olhar para os computadores comprados, desgarrada, despropositada e descaradamente, com o dinheiro do Zé Parvinho. Eu estava ali, qual moscardo, gerando o caos na harmonia daquele ambiente, a assistir com surpresa àquele jogo de olhares, uma espécie de atira à sorte mas ao contrário. Telepaticamente os funcionários dialogavam entre si sobre de quem seria a vez de levantar o traseiro, nascido para ficar quadrado, de umas cadeiras que mais pareciam sofás de discoteca. Entendiam-se perfeitamente, notava-se-lhes no respirar. Não era mímica pois essa até eu a reconheceria. Era qualquer coisa de sofisticado, qualquer coisa a rimar com a apatia característica daquela sala, qualquer coisa tipo telepatia! Só não recorriam, para apontar as tarefas do atendimento, ao automatismo facilitado pelas folhas de cálculo, porque, sem conhecimento de causa o afirmo, eram incapazes de tal construção.
Eu, um eu desgraçado, um eu do lado de cá do balcão, começava a entrar naquele ponto em que apetece partir tudo o que nos aparece à frente.
Bufei, esperneei, desesperei, mas nada disse.
Dos quatro funcionários tinha logo que me sair a dos óculos mais grossos! Uns óculos tipo fundo de garrafa. Penso que o grupinho montou uma armadilha para me cortar as hipóteses de reacção: Bater numa mulher é crime. Bater numa mulher de óculos é genocídio!
“Quer alguma coisa?” – Apeteceu-me dizer que estava ali por causa do ar condicionado. “O ar condicionado, sabe?... Tão bem que sabe!” - Apeteceu-me dizer mas não disse, não fosse embaciar os óculos do meu interlocutor. Tenho a certeza que se lhe pedisse uma cervejinha ela iniciaria naturalmente o movimento para um frigorífico escondido algures. Também não o fiz. Pedi uma certidão fresquinha como o ar condicionado. Não pedi rapidinha para não ser mal interpretado. Paguei e saí, como bom português, com um sentimento de que me tinham feito um grande favor.

Cycling

Já aqui falei dos ginásio e da manipulação que fazem na tentativa de simularem qualquer desporto. Anteontem descobri uma mais valia no ciclismo praticado (simulado) nesses espaços... A grande vantagem dessas actividades cárdio está na possibilidade de qualquer pessoa poder fechar os olhos enquanto pedala sem correr o risco de bater com os cornos na parede.

Sunday, March 06, 2005

Mujeres

Luxemburgo / Cochem, Alemanha


Pareceram-me, sinceramente, mais largos, mas não o pude confirmar... Provavelmente, porque as mulheres, no Luxemburgo e na Alemanha, conduzem carros mais largos... Também não o pude confirmar.

Mas o que é que isso importa? Nada! O que pretendo discutir aqui é o design das placas, a eficiência, a eficácia...

Os alemães são mais frios na concepção mas a mensagem está toda lá (Chama-se eficiência! Toda a gente entende que o lugar é para mulher e, a placa tem, de certezinha, um baixo custo). Podem perguntar: E as mulheres que não sabem ler, como se desenrascam? As que não sabem ler também não sabem/podem conduzir.

O povo do Luxemburgo, que é um povo do mundo, é muito mais requintado (São eficazes porque conseguem passar a mesma ideia, mas, por certo, a um custo muito mais elevado).

Mas o que é que isso importa? Nada! Porque precisamente nada era o que se pretendia discutir aqui.

Ele há cada notícia!

Os Telejornais fizeram a abertura da sessão, da passada quinta-feira, com a notícia:
“O Presidente da República pediu ao novo governo para que faça da água prioridade nacional”.
Juro que, sem malícia, tentei antecipar o fim da notícia, a partir do meio da frase, pensando:
“O Presidente da República pediu ao novo governo para que faça da água vinho”.
Isso sim, era notícia de abertura de um Telejornal. Isso sim, era miraculoso.

Thursday, March 03, 2005

Giulietta

Verona, Itália / München, Alemanha

A Julieta italiana é muito mais liberal do que a Julieta alemã. Daqui nascem-me outras inquietações... Como seria uma Chicholina alemã? Ou uma Cláudia Schiffer Italiana? Ficariam ambas mais refinadas?: Uma Cláudia com um pouco mais de sal e uma Chicholina muito menos apimentada. É isto que importa discutir: Será a sociedade a fazer as pessoas ou as pessoas que fazem a sociedade?


Tuesday, March 01, 2005

“Ode” à Minha Irmã

Coitada! Sofre de hipocondria,
Mais de noite que de dia.
Agora é uma dor num dente,
Logo são problemas na mente.

Perdeu a alegria,
Mais de noite que de dia.
Se a saúde a abunda,
Porque sofre a moribunda!

Vive na melancolia,
Mais de noite que de dia.
Como o tempo lhe sobra,
Decidiu meter mãos à obra
À procura da doença.
Qual detective privado!
(Qual Masson, qual Poirot!)
De jaqueta e lupa ao lado,
Em cada micróbio achado
Um motivo registado
Pra dar sucesso à sua crença.

Como por telepatia,
A todos influencia,
Mais de noite que de Dia!